Caminho Inglês - Ferrol / Santiago 2011

Caminho Inglês
19 a 25 Julho 2011
Transporte: Aveiro – Santiago / de “coche”e bêémedablio.
Santiago – Coruña – Ferrol / comboio
Links comboio: www.cp.pt - www.renfe.es
Distancia: 120 Km
Links planos: caminhos santiago

O Caminho de Nossas Majestades

Este caminho não foi um caminho qualquer. Assim como todos os caminhos não são uns caminhos quaisquer. Voltando à vaca fria, este caminho não foi mesmo um caminho qualquer, foi idealizado, planificado e realizado no espírito, repito no espírito, que estava escrito no antigo hospital de Roncesvalles:
Y abramos el espíritu del Camino a toda suerte de caminantes, como lo estaba el antiguo hospital de Roncesvalles que recoge un poema del siglo XIII en el que leemos:

"La puerta se abre a todos, enfermos y sanos;
no sólo a católicos, sino aún a paganos,
a judíos, herejes, ociosos y vanos,
y más brevemente, a buenos y profanos".

Ora aí está, porque não era um caminho qualquer. Desde o séc. XIII que esperavam a abertura do espírito do caminho a “Buenos y Profanos”, podemos não ter sido os melhores “Buenos” mas conseguimos ser bons “Profanos”. “Prontus” há sempre uma ou mais que uma ovelha ranhosa, que não é ranhosa, mas sim ronhosa! (não é de ranho mas de ronha)
E a abertura do “brevemente”, realizou-se passado 8 séculos, no ano da graça de 2011, a 19 de Julho, pelos “Finórios do Laço”, finórios porque são “xiques, xiquérrimos, e foram de bêémedablio” e do laço porque o momento assim o exigia.

E o caminho de espírito profano começou com birras e desfalcado!

Com muitas birras da menina birrenta que, sabe-se lá porquê, talvez um pucarzito a mais, ou a menos, cismou que queria ir ver o Hércules: Quero ir ver o Hércules. Quero ir ver o Hércules. Quero ir ver o Hércules. (silencio geral e pausa). Não podemos ir ver o Hércules? Tou aqui na Corunha e não vou ver o Hércules. Ó!... Vá lá!... ÓHum.
(mais silencio e mais pausa)
Não dá mesmo para ir ver o Hércules?
E desfalcados porque os irmãos fogueteiros, por compromissos paroquiais e comerciais, só apareceram em Pontedeume.
Isto estava a começar bem! 

                                                        Na Corunha, antes da birra e a chegada a Ferrol

Ferrol – Neda – 12 km
Com um brinde em Ferrol estava aberto o espírito profano no caminho para Santiago.
Chegamos a Neda sem o Hércules mas tínhamos o Guiseppe (peregrino de bicla, italiano) com a chavinha do albergue á nossa espera. Um albergue fixe, enquadrado numa paisagem relvada que se esticava até dar montes de chochos na ria.
Sem o frio noturno aquele relvado era uma belíssima mesa para um jantar “groumet”.
Entre cigarros e conversas e conversas e cigarros, com a birrentinha a espalhar o esparguete no lava-louça, chegaram os amigos de Valencia, pai, mãe e filha, “ coisas do outro mundo”, e duas brasileiras, mãe e filha.
Nós e o Guiseppe e o Guiseppe e nós, partilhamos o vinho, o esparguete (do lava-louça) com almôndegas, e mais umas cervejolas num bar que ficava  por cima do albergue.
E já não estava em condições para tomar banho. Conversas e pessoas e pessoas com conversas valeram um mar de banhos. Mas ninguém deu por nada, fosse por cortesia ou não, ninguém se afastou de mim.
Foi pena não termos ido ver o Hércules.

                                                    Albergue de Neda e as cervejolas por cima do albergue

Neda – Pontedeume – 13 Km

A etapa rainha do profano.
Acordámos às 10. Às 10 horas da manhã. A calma e a boa bonança estavam instaladas.
Às 11:00h começaram os 13 Km mais longos da história dos caminhos. Esta longevidade, dos 13 km, não foi por causa da chuvinha pequenininha e nublada, foi, isso sim, porque os “templos dos xupitos” convidavam-nos a brindar e os "templos das crianças" convidavam-nos a brincar.

                                                                    Templos de crianças.

A purificação do corpo, prevista para a praia das Cabanas, teve dois aderentes a Ana e o Alex, os outros já estavam purificadinhos e enroladinhos..
Chegamos a Pontedeume às 18:00. Treze kilometros em sete horas. Uma média soberba de 1,85 Km/h.  Chegaram também os manos fogueteiros. O Miguel e o Bruno. (a-go-ra -é –pa-ra- ler- bai-xi-nho- pa-ra nin-guém- ou-vir). Estes manos estavam ali como profanos mas não eram profanos, eram dos outros, dos tradicionais, mas havia mais uma deste quilate, a Diana.
Pontedeume é giro e deve ser ainda mais giro sem a chuvinha pequenininha e nubladinha.
Pela primeira vez, nos caminhos para Santiago, bebi coca-cola ao jantar. Não uma, mas duas latas de Coca-Colas!
                                                                               Os 7

Pontedeume – Betanzos – 18 Km

Sair de Pontedeume é em plano inclinado. No fim da inclinação, já lá mais para a frente, conhecemos a D. Assunção mais os 84 anos. Falava, falava, falava, cantava e: - Esto no quiere parar, vamos a caminar y hablar. – Pois pois! Caminhar e hablar.
Em Miño, um almocinho com as “habitués tapês”, com o “habitué vinhê e coca-colê” e papámos miguelitos (uns bolos nem bons nem maus mas eram miguelitos e como nós gostamos do Miguelito, pimba).
Chegamos a Betanzos e não ficamos no pavilhão porque tinha um horário duro e rigoroso, podíamos entrar, mas não podíamos sair depois das 22:30h. Fomos para uma “pension”.
Betanzos, uma cidade muito agradável, merecia a honra da nossa visita.

                                                          D. Assunção. Vamos caminar e hablar...

A visita começou na gastronomia e na viniologia do museu “O Paxeiro”. Após o último brinde iniciámos a visita cultural e histórica mas já encontrámos tudo “cerrado”. Foi uma desilusão. Já nos tem acontecido em outras cidades da Galiza, depois da janta tá tudo "cerrado". É pena! Assim não enriquecemos os nossos sentidos cognitivos. Os nuestros hermanos tèm que repensar os horários!

                                                                      sem legenda

Gostei De Betanzos, em particular, do museu d’ artesangria  “O Paxeiro”, onde jantámos que nem uns profanos, num belo espaço de arcadas rústicas e de antiguidade. Primeiro que nos acomodássemos com os bancos e com as mesas, parecíamos que estávamos a fazer o “cubo mágico”, ou a jogar Tetris. Mesmo à tuga.
E o Miguel tem uma recaída.
O Miguel sentiu saudades dos Lamas. Há pessoas que tem cães, outras gatos, outras coelhos, outras peixes, outras passarinhos…
O Miguel tem Lamas. E falou-nos com carinho, durante duas horas, talvez três ou quatro, dos seus Lamas. Do Lama que cospe, do Lama que põe a língua de fora, do Lama que foge… e começou a fazer febre. E quanto mais se enlameava mais febre fazia. Mas não foi por isso que não deixou de se enlambuzar com os petiscos e a sangria do Paxeiro. Mas a distância não perdoava as saudades dos Lamas.
E suspirava e a febre subia.
E estava a decorrer o Tour de France.
E a Carla suspirava por um rosé fresquinho.

                                                           O Miguel ausentou-se... saudades...
Betanzos – Bruma – 28 km

- Alex, hoje não me apetece caminhar.
- Ora aí está. É como no Tour, dia de descanso. E esta etapa é boa para isso. São 28 km.
- Eh pá mas temos que arranjar uma justificaçãozita consciencializadora, porque isto é profano é profano  mas….
- Pois é!...
- Eh Miguel ainda tás com febre?
- Tou.
- Diana e Carla como é que vocês estão?
- Um bocadinho empanadas mas faz-se…
- Não. Não. Nem pensar. A saúde em primeiro lugar. Vamos de AUTOCARRO.
- Alex, está aliviada a consciência e justificamos o BUS.
- Bruno e Ana, como é?
- Ah. Eu já que não fui ver o Hércules queria fazer esta etapa, pois dizem que é a mais linda de todas. – Além disso não nos sentimos bem a fazer isso porque nem temos febre nem nada.
- Opções. Bota pa bingo. Encontramo-nos no albergue de Bruma e fazemos a janta.
Se a etapa anterior era a etapa rainha e a mais demorada dos caminhos, esta foi a etapa do Rei e a mais rápida dos caminhos. 30 Km em 30 minutos com uma média de 60Km/h. Espantoso!

                                                      Refasteladinhos ao sol no albergue de Bruma

Zé Maria de Bruma (mas é conhecido por Benino)

Chegamos a Bruma por volta das 11:30, fresquinhos que nem umas alfaces fresquinhas.
Deparamos com um albergue bonito, asseado, com uma relva muito bem tratada e uma ribeira com água límpida e fresquinha, mesmo boa para refrescar o rosé. Um local estupendo para profanos estupendos.
Refastelados, como os lagartos ao sol, esperamos pelo responsável do albergue. Disseram-nos onde morava, era perto, mas a consciência do BUS não permitiu tal ousadia em ir anunciar a nossa chegada. Esperámos.
 

12:30. Vimos uma criatura enérgica, passo acelerado, acompanhado de um peregrino tradicional (era italiano), a dirigir-se na nossa direção, para o albergue. Era ele. O responsável. Estatura média, rosto afiado, magro, seco, cabelo branco, olhos azuis e irriquietos, com gestos retos, firmes e precisos. Passou por nós como raposa por vinha vindimada, nem chus nem mus, e deve ter pensado:
“Olha estes marmanjos, fresquinhos que nem umas alfaces fresquinhas, aqui, a esta hora, vieram de BUS e agora querem um alberguezinho. Eu já os atendo!”
Nós lemos-lhe o que ele nos leu. A coisa não estava fácil. Era preciso agir com serenidade.
 

Enquanto ele “aviava”, com rigor, o italiano, aguardei a alguma distância. Italiano “aviado” e aproximei-me da entrada da recepção, sem entrar, e disse:
- Olá. Bom dia!
- Hola..
Ficou a olhar para mim. Antes que debitasse qualquer palavrinha galega, intervim logo com a febre do Miguelito, com os empananços das meninas, e que viemos de BUS por isso mesmo, e que caso fosse possível, depois de todos os peregrinos chegarem, se nos arranjava um espaço, mesmo no chão, para ficar.
- Sí. Sí. Después de todo llega. No tiene ningún problema.
Um amigo. Deu logo boleia aos “molestados” para a vila, recomendou logo um sítio para almoçarmos, informou onde era o supermercado e bla…bla…bla…
Eu e o Alex fomos recompensados com 5 km a pé, até à vila.
A humildade, o respeito, a sinderidade, cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém.

Almoçamos no sítio recomendado pelo Benino, com um nevoeiro de fritos, compramos feijoada, outros alimentos, Rosé e outras bebidas.
Esperamos no albergue pela chegada de quem chegava, mais do Bruno e da Ana, e dos amigos “coisas do outro mundo”. Conhecemos o Vitória de Braga, o Arcilio, o avô e os netos de santa Maria da Feira.
Com o rigor e orientação personalizada o Benino distribui toda a gente na camarata e com cama atribuída. - Tu prá li… Tu ficas aqui…Tu ali... determinou tempos para jantares e banhos. Tudo sem espinhas, sem oposições e sem contraditórios.

                                                  Trabalho, conversas e Carla a pensar no Rosé.

Com aquele espaço exterior, os vinhos mais o rosé a refrescarem na ribeira, e uma foto de família com o Benino, estavam criadas as condições para uma "ganda" noite. Uma noite fantástica, de convívio, com os residentes do albergue.
Qual quê! Às 22:30 o Zé Maria de Bruma Benino meteu tudo na cama,  em três tempos, luz apagada e porta fechada. Voscasse, há mais de 40 anos que ninguém me manda pá cama e tinha que ir a Bruma para o Benino o fazer. Só faltou dar-me um beijo de boas noites e aconchegar-me o saco cama!
E para dormir?! Ninguém tinha sono! Então os do BUS! Depois, por momentos, foi uma camarata de adolescentes com fum-funs e mais fum-funs.
Admirei o Zé Maria de Bruma Benino.

Porque é que estes "gajos" atrás de mim não estão de cócoras como os da frente?
                               
Bruma – Sigueiro – 30 Km

Saímos às 04:00 da matina, de Bruma. A etapa era longa, 30 km. E o Miguelito estava sem febre e as meninas estavam recompostas. Foi pena porque outro BUSito vinha a calhar.
E eles “andem” aí. Ai “andem” “andem”. Eles “andem” em todo o lado, até nos caminhos, a levar a palavra e os livrinhos como testemunhas disso e de eová.
Mal o viram, aquilo é que era correr direitinhos ao Alex.
- Irmão, andamos a espalhar a palavra e alguns parágrafos da boa nova. Tens algum tempo para nos ouvir.
- Mas eu também ando na espalhação. Todos os dias me espalho. Às vezes ao comprido outras vezes à largura é conforme o momento e os servos que me acompanham! Além disso estou com espírito profano!
- Soprano?
- Não, não! Não sopro nada. Aqui ninguém sopra nada. PRO-FA-NO.
- Ah! Deve ser uma seita nova com outras palavras e outros parágrafos da boa nova.
- É.É. Novinha em folha. É uma seita muito jeitosa. Só anunciamos e praticamos o BEM e gostamos de BUS.
- Ahhhhhh! Vai em paz irmão.
- Vou, vou. Mas eu é que sei como vou. Se não for em paz vou de BUS! Xau.

                                                    E não é que ficou com um livrinho da boa nova!...

Brilhante. E mais brilhante ainda foi em Sigueiro pagarmos a entrada da piscina, passarmos todo o tempo a dormir a sesta no relvado da piscina e para fumar tínhamos que sair da piscina. Bem, não foram todos, foram só dois.
Com a chegada da Marta o Bruno deixou-se de profandades e dedicou-se à Martandades.
O albergue de Sigueiro era amplo e muito arejado. Montámos acampamento de baixo dos espaldares com colchões de flic flac à retaguarda. Um albergue muito bom, não tinha horário para entrar…
Com uma garrafita de xupito blanco, eu, o Alex, o Vitória de Braga e a Begoña de Valencia (a mãe das coisas do outro mundo) dissertámos sobre o que tínhamos a dissertar. A Begoña deixou o ar cansado do caminho e o triste do frio, para rir, conversar, e saborear um xupito blanco com bons profanos.

                                           A relva da piscina e o albergue arejado em Sigueiro.


Sigueiro – Santiago – 18 Km

O Alex nunca tem o café, o açúcar e os bolitos à maneira visível de chegar e pegar. Esconde aquilo, dentro de sacos e mais sacos, lá, nas profundezas da mochila das bandeirinhas. Depois empertiga-se todo, como em Bruma e agora em Sigueiro, porque o incomodei, às 4:00 da manhã, com o café da manhã. Ele há coisas!
Bem, tirando este apontamento com cafeína, a etapa foi um autêntico carrossel de sobe e desce mas sem girafas, sem motas, sem bacias de rodar, sem elefantes,e sem um CAFÈ. Só perto do final lá apareceu um café. Que festa!
Tirando a morte de um pássaro, em pleno voo, com um chapadão do Bruno, não houve mais nada a assinalar.

Onde está o passaro que apanhou um estaladão? Vá uma pista. A menina que se ri muito.
                                                 

Mas festa festa foi a entrada dos Finórios do Laço na Praça do Obradoiro.
Mas que entrada. Uma monumental e potente descarga de foguetes. PUM…PUM… PUM… Bonito. Espetacular. Nem imaginávamos a importância do espírito profano. Até conseguimos conter as lágrimas. Até nos abraçamos. Até nos fotografámos. Até suspirámos. Até fomos abraçar o apóstolo.

                                                                         As Finórias e os Finórios do Laço, com os laços

No abraço ao apóstolo segredei-lhe:
- Tiago?
- Si. Oh! San os Tugas. Hola.
- Sim, sim. Olá Amigo. Olha, fizemos o caminho, alguns de nós, com um espírito profano.
- Si? Verdad? No ha notado nada e me alegro muy con voss presencia. Sólo fue una pena no terem visitado o Hércules!
- Pois! (A birrentinha esteve cá antes e já fez queixinhas. Só pode.)
- Nos vemos el año que viene.
- Claro, Tiago, pó ano que vem e seguintes.
E fomos levantar a profana, que ao contrário da compostelana, obriga a um "rigoroso" inquérito. Mas já cá canta!
E melhor ainda foi o almocinho, com tudo, com tudo é mesmo com tudo, que o futuro Sheriff de Compostela, mais a Cláudia, trouxeram das terras de Portucale.
Foi a uva em cima do copo (com vinho). Foi o culminar saboroso e taninoso de um caminho de espírito profanoso e brindoso.

                                                                  O almoço com tudo...

À noitinha, de 24 de Julho, o fogo na catedral de Santiago. Muiiiito Bom. Podem ver aqui.
No fim do muiiiiito bom, tentamos iniciar, mais uma vez, o Paris – Dakar. Mais um gripanço nos motores. Todos gripados, encostámos na “ Liga”. A menina do Hercules com dois xupitos foi a rainha da noite oh oh…oh oh…na na na na na…oh oh… Depois queria pão. Eu quero pão. Eu quero pão. Eu quero pão. E eu queria mostarda para a sobra do frango. Comprámos pão e mostarda e fomos dormir e nem pão nem mostarda nem frango.

                                                              24 Julho, festa, festa e festa...


Santiago – Santiago

25.07.2011 Dia de Santiago. Festa a Santiago.
Pequeno-almoço nas “Máquinas Singer”. Nas ruas oceanos de pessoas. Pessoas divertidas, pessoas alegres, pessoas coloridas, pessoas com vida e pessoas gigantones. São as pessoas que fazem dos caminhos, e de nós, a vontade de sermos “pessoa” e de voltar aos caminhos.

                                                                            Pessoas.

3 comentários:

Unknown disse...

Parabéns pela excelente narração...os caminhos são este espirito...só por quem lá passa!!!Também nunca chego ao fim do rali:-)!Bons caminhos
Artur

meia bota, bota e meia disse...

José Pereira
Obrigado pela visita e talvez um dia nos encontremos ou no caminho ou no rali...
abraço

Unknown disse...

Gostei do Blog, parabéns. Também faço os caminhos de Santiago, e uma das minhas próximas idas será no caminho inglês já tenho aqui um bom guia.