
Ficava fascinado com o que observava nas praças envolventes à catedral, em particular na Praça do Obradoiro e na Praça de Praterias. A chegada e o encontro de peregrinos e viajantes, oriundos de todos os cantos do mundo realizavam o sonho de terem chegado ao Apóstolo.
Gente simples e colorida, de sandálias, de botas, de mochilas gastas, chegavam com rostos de quem encontrou o caminho, o cansaço, as dores e as dificuldades estavam estampadas na alegria de ter chegado...
Numa dessa visitas (2001/2002), ao amigo Santiago e ao amigo Mestre Mateus, estava na Praça de Praterias, na Fonte do Cabalo, a observar a chegada dos peregrinos e pensei:
- Ainda um dia hei-de chegar aqui com uma mochila às costas...
Se um dia pensei, num outro dia, longíquo, obtive o "sim" familiar, (obrigado companheiros) e iniciei os preparativos para ir a Santiago de Compostela, como peregrino e a pé.
Convidei vários amigos e amigas, com a devida antecedência, para me acompanharem. Todos, para aí uns quinze, ficaram entusiasmados com a ideia, que era fixe, porreiro, já tinha pensado nisso, pátáti pátátá, ok conta comigo... Ao aproximar-se a data prevista, por umas razões ou por outras, estavamos três. Chegava, mas era curto, e, como não sou muito dado ao isolamento e à solidão, precisava de mais alguem para a partilha social, gastronómica e cervejónica, porque a espiritual estava garantida, portanto precisava de mais alguém para compor o ramalhete, mas também percebi que se tinham ido todos os iniciais era muita gente, parecia uma excursão tipo visita de estudo. Assim o grupo devia de ser entre os cinco e os sete, como os livros do nosso imaginário "Os 5 ou os 7 nos caminhos de Santiago". Andava eu nisto, quando perguntei ao primo bolhas, nessa altura ainda não o era, se queria fazer o Caminho Portugues a Santiago, a sair de Valença. O primo ficou entusiasmado consultou a prima, combinamos uns encontrões, preparamos o caminho e toca a zarpar para Santiago.... 

Em Setembro de 2006 estava na Praça de Praterias, na Fonte do Cabalo com a mochila às costas. Nestas coisas dos sonhos o importante não é o tempo, o importante é não deixarmos de sonhar.
Um momento muito gratificante e dificil de explicar, porque as coisas do espirito e da alma não se explicam, sentem-se...
E como os factos devem ser registados, para mais tarde recordar, ou como incentivo para alguem que precise, aqui estou eu, o meia bota, bota e meia.
ultreya
5 comentários:
bué fixe zé
Mesmo a cabeçada isto esta a ir bem .. para o ano são 50 porque tenho exames! xDD
alias nao te esqueças que me estás a dever 80€ para eu gastar nao te esqueças!!!!!!!!!=P :) xD
eu continuo a comtemplar a magia do lugar!
Possa que caloteiro!!!
Bolhas
E já dizia o grande António Gedeão "O sonho comanda a vida"! :)
Olá Zé!
Pelos caminhos cibernáuticos encontrei o teu meia bota, bota e meia. Muito fixe!
Eu estou nas cores do mundo...
Ondina
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