Caminhos Históricos

O Caminho de Santiago tem sete rotas históricas:
O Caminho Francês, o Caminho do Norte, a Vía de la Plata, a Rota Marítimo fluvial, o Caminho Inglês, o Caminho Primitivo e o Caminho Português.
Para alem destas rotas históricas existe ainda o Caminho de Finisterra/Muxia que sai de Santiago.
Outros caminhos peregrinos foram surgindo até Santiago. Mas se seguirmos os passos dos nossos antepassados "o caminho começa à porta de casa."
Os Caminhos Francês e Aragonês
O caminho Francês " tem inicio" em Saint Jean Pied Port, França, há que o inicie Eem Roncevalles, Espanha.
O caminho Aragonês tem inicio em Samport, Espanha.
Estes caminhos entram em Espanha nos Pirinéus e cruzam o norte de Espanha passando por Pamplona, Burgos e encontram-se em León.

O Caminho do Norte
Este caminho entra em Espanha em Irún no país Basco e traça um percurso paralelo ao Caminho Francês mas pela costa passando por San Sebastian e Santander.





O Caminho Primitivo
É provavelmente o primeiro Caminho Jacobeu sai de León (embora o inicial, realizado pelo rei Alfonso II tivesse saído de Oviedo, Astúrias), onde passa o Francês e sobe para Oviedo passando entre o Caminho do Norte e o Caminho Francês.
 

A Vía de la Plata

A Via de la Plata também chamada de Caminho do Sudoeste ou Caminho Leonês sai de Sevilha e traça uma linha vertical paralela a Portugal. Antes de chegar a Zamora existem duas alternativas, uma primeira contorna o nosso país, e uma segunda entra em Portugal em Alcanices, passa por Bragança e junta-se de novo ao Caminho Leonês em Ourense. 

Um bocadinho de história da via de la plata

Os Tartessos, uma das primeiras civilizações urbanas do ocidente, usavam várias rotas comerciais na Península Ibérica. No ano 218 a.C. a Península Ibérica é conquistada pelos romanos que utilizaram estas vias para o deslocamento de tropas e comercio e em particular a via romana la Iter ab Emerita Asturicam, (sec I aC) antecedente de la Vía de la Plata. Octávio Augusto, nomeado imperador em 25 a.C., encarregou a construção de uma calçada que unia Mérida (Emerita Augusta, capital da província romana Lusitânia) com o norte da Península, a fim de facilitar o transporte das tropas que deviam combater os bárbaros. Esta calçada chegou até Astorga (Asturica Augusta), tendo mais de 500 km, sendo a calçada romana XXIV, posteriormente outros imperadores como Tiberio e Trajano a ampliaram até Sevilla e Gijón. Com a queda do império romano estas vias deixaram de ser utilizadas, até à invasão árabe no séc. VIII que as utilizaram até ao noroeste da Península, completando a sua conquista com a queda de Santiago de Compostela no ano 997. Os árabes baptizaram esta calçada romana como Bal'latta (Blata), quer dizer caminho empedrado para diferenciar dos caminhos de terra Os historiadores parecem em estar de acordo em que o nome actual Vía de la Plata precede deste término árabe. A medida que os cristãos foram reconquistando a Península Ibérica, foram-se restabelecendo as vias de peregrinação a Santiago de Compostela. Foi nessa altura que a Vía de la Plata, antiga calçada romana, começou a ser uma verdadeira rota de peregrinação a tumba do apóstolo. Desde Sevilla a Zamora existe um único traçado, a partir de Zamora, mais concretamente de Granja de Moreruela há as alternativas:
  • O caminho pela Vía de la Plata até Astorga, juntando-se ao caminho Francês.
  • O Caminho Sanabrés de la Vía de la Plata.




O Caminho Português

Em rigor não podemos apontar apenas um Caminho Português, no entanto o caminho mais utilizado tem saída do Porto, passa por Ponte de Lima e Valença. 
 


Um bocadinho de história do caminho Portugês

Santiago de Compostela é por excelência o padroeiro da Península Ibérica, pois segundo a lenda católica foi o apóstolo que procedeu à sua evangelização. Os nossos monarcas demonstraram também uma devoção pelo santo, D. Afonso II peregrinou a Compostela em 1220,  em 1225 foi a vez da Rainha Santa Isabel.
A ordem Militar de Santiago, criada para combater os muçulmanos, foi fundada em 1170 pelo rei Fernando II (de Castela) e foi introduzida em Portugal no ano de 1172.
Santiago foi protector do exército português até à crise de 1383-1385, altura em que foi substituído por São Jorge, por influência Inglesa, e pela necessidade de chamar por um santo diferente dos partidários de Castela. Apesar desta mudança de patrono, o culto de Santiago não desapareceu. A prová-lo estão as inúmeras misericórdias, albergarias, hospitais, igrejas e ermidas dedicadas ao Apóstolo Santiago espalhadas pelo país.
As próprias lendas jacobeias estão intimamente ligadas ao nosso país – por exemplo a lenda dos Galos em Santo Domingo de la Calzada e a lenda do Galo de Barcelos contam a mesma história.
Seguindo o ditado do caminho de Santiago, este começa ao sair de casa, assim, embora não haja caminhos marcados para Santiago, a exemplo do que acontece em Espanha, o caminho Português para Santiago mais utilizado é o caminho medieval que sai do Porto e que está devidamente sinalizado.



A Rota Marítimo Fluvial entra em Espanha pela Ria de Arousa e pelo Rio Ulla. Em Padrón junta-se ao Caminho Português. Esta rota pretende recriar a viagem feita pelos discípulos até Santiago com o corpo do apóstolo depois do seu martírio.
O Caminho Inglês entra em Espanha por mar nos portos de Ferrol ou de A Coruña e segue numa linha vertical para Santiago.
Fonte: centro estudos galegos 

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