a vida é um eletrocardiograma


Nos filmes, às vezes, o “artista” é operado e fica ligado a uma máquina que “controla o coração”. Se a coisa estiver a correr bem a máquina faz: Pi…Pi…Pi…Pi… para cima, Pi…Pi…Pi…Pi…para baixo e vê-se uma linha em curva, colorida, para cima e para baixo, que acompanha os Pi’s.

Quando a máquina faz um Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, a linha colorida fica reta e, é sinal que o “artista” está a esbardalhar-se.
E lá vem o senhor doutor tentar repor a curvinha do Pi de cima e a curvinha do Pi de baixo.

A nossa vida é assim como um filme, e nós, os artistas principais estamos ligados a uma “maquineta” de Pi’s.
Ora andamos muito certinhos e muito santinhos, felizes da vida, cheios de otimismo, tudo a correr pelo melhor: em casa, no trabalho, com os amigos, no condomínio, no futebol, nos copos e por-aí-fora… e temos Pi’s espectaculares. Vamos supor que são os Pi´s lá em cima.
Outras vezes descarrilamos, não apanhamos o comboio, caímos, voltamos a cair, os amigos são uma treta, somos uma cambada de “pecadores”, o vinho tá azedo, a coca-cola não tem gás, o cão rasgou-me as calças, o papel higiénico faltou na hora H, o chefe é uma besta e por-aí-fora… estes serão os Pi’s de baixo.

Ora a mistura destes Pi’s, os de cima com os de baixo, bem geridos, com uma aprendizagem continua e permanente dos Pi’s que nos são oferecidos, é o que nos impede que a nossa vida seja um Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, uma linha reta muito direitinha.


Se aparecer o Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, lá vem o senhor doutor ou o senhor padre.

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