O meu caminho laboral, até foi bestial!

Em Junho de 1987 fiquei muito feliz ao ver as andorinhas e os andorinhos a fazerem os ninhos nos beirais dos telefones e também fiquei muto feliz porque consegui trabalho, sem cunhas e sem tafifes, numa grande empresa de comunicações fixas e móveis. Fixas porque comunicávamos sentados, fixos ao telefone ou ao telex. Móveis porque os carteiros comunicavam de bicicleta ou de motorizada, de giro em giro, de porta em porta e com um ar muito giroto. Eram os CTT – Correios e Telecomunicações de Portugal.

Fui para a Contabilidade das comunicações fixas, as do telex. Só mulheres! E como só havia mulheres eheheheheh! Um espectáculo! Educadas, não diziam asneiras, mas andavam sempre de candeias às avessas umas com as outras, mas também eram comadres umas das outras, portanto, entre o deve e o haver, a coisa lá se ia contabilizando.

Interrompi a minha relação com as comadres, em 1988, para fazer o estágio de TET (olha que raio de categoria, até parecia francês TET-à-TET, no Porto) e entrar definitivamente na grande empresa de comunicações fixas e móveis, novamente para junto das comadres da contabilidade.

Fartinho das comadres saltei para a Comercial, para o antiquíssimo serviço de informações, o 144, um Call Center Unipessoal, era só eu a dar à língua para o assinante (agora cliente) ficar bem informado!

Como as empresas grandes e potentes estão sempre a magicar coisas (reestruturações) para serem “mais grandes” e mais potentes, num desses magicanços, espetaram comigo na Quinta do Simão e deixei de ser dos CTT para passar a integrar, com pompa e circunstancia, a TELECOM PORTUGAL!


O transporte para a Quinta era na carrinha do Abreu. Íamos, eu e outros trabalhadores (ainda não se utilizava o termo amaricado de” colaboradores”), na carrinha do Abreu, embora a carrinha fosse da empresa, era a carrinha do Abreu, porque era o Abreu que a conduzia e ponto final. Na ausência do Abreu, era o Senhor “Engenheiro” Guimarães que conduzia a carrinha do Abreu.


Na Quinta do Simão, arrabaldes de Aveiro, tinha tudo um ar muito técnico, até o cão, o Simão, conhecia os técnicos e os carros dos técnicos. Era um cão com muita pinta e tinha técnica. Bem, eu, continuava na Comercial, agora um bocadinho mais técnica, numa coisa que se chamava PPR, (não é planos de poupança reforma) era uma coisa de redes de telecomunicações do exterior.

Mais um magicanço da empresa, para ser mais potente e lá foi o PPR ao ar. Eu fui apanhar ar para o GAE - Gestão Administrativa de Empreitadas. Não gostei muito da ideia mas lá fui com os meus pertences empreitar. Noutro magicanço da empresa, para ser ainda mais potente, contra o que era habitual, eu continuei no meu posto de sentinela e o que mudou foi o GAE, passou a chamar-se GEM – Gestão de Empreitadas. Como já estava a gostar lá continuei a empreitar. E já estamos na era da PORTUGAL TELECOM / azulinha escurinha.


Antes que viesse outro magicanço da empresa e me enviassem pa casa do coiso mais velho, antecipei-me e fui pelo meu pé para o ITED – Infra estruturas de telecomunicações em edifícios. A administração da empresa, cada vez mais potente, deve ter ficado estupefacta com a minha antecipação a mais um magicanço. Sem levantar o cu do mocho passei à PORTUGAL TELECOM laranjinha.


A PT laranjinha passou a PT azulinha celestial e o ITED passou a ter o comando operacional a sul do cabo da Mondego e a Norte do cabo da Roca. Mais um magicanço empresarial e informaram-me que, apesar de ser um “colaborador” (lá vem esta coisa amaricada) competente, dedicado… pátáti, pátátá… temos de reduzir os custos do ITED e vamos começar a prescindir dos competentes. Porreiro pá!


Passei a integrar a equipa operacional dos encalhados e a depender dos Recursos Humanos, à distância, eu em Aveiro e os Humanos em Lisboa. Fui muito bem tratado e proporcionaram-me uma saída, da PT azulinha celestial, agradável e confortável. Gostei!

Depois de me ler neste caminho laboral concluo que: “O crescimento potente da empresa foi directamente proporcional ao meu regresso, antecipado, a “ma maison”. Bonito! Trés jolie! 

Felizmente que trabalhei, num tempo e numa empresa, que além das boas relações profissionais, contribui para o meu equilíbrio económico, familiar, pessoal e social, proporcionando-me a oportunidade, que não desperdicei, de fazer Amigos e Amigas que ficam para a vida!

Foi bom. Gostei deste caminho realizado na PT.

Mais importante que a chegada é estarmos prontos para partir!
Não faltam caminhos para palmilhar e partilhar!

Até já!

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