Origem e tradição do Halloween

 







Origem e tradição do Halloween
Na Irlanda do século V (a.C), o dia 31 de Outubro fazia parte de um conjunto de quatro datas comemorativas do calendário celta, que marcava a transição das estações, o período de plantação e colheita, e o ciclo vital da Terra. 


Em Fevereiro, dia 2, (O Dia da Marmota), em honra a deusa da cura Brigith.
Em Maio celebrava-se o Beltane, tempo de semear e plantar.  
Em Agosto: a festa da colheita em reverência ao deus sol Lugh.
Finalmente, no dia 31 de Outubro celebrava-se um feriado denominado Samhaim, que marcava o final do ano celta em honra ao deus pagão Samhaim (Senhor dos Mortos) e também o fim do verão e início do inverno. 


A expressão Halloween tem origem na contracção da expressão inglesa All Hallows Eve (que significa Dia de Todos os Santos) e tem origem na religião católica.
O Samhaim, final do ano celta, é cercado de mitos e crenças que influenciaram a cultura dos povos europeus desde o período pré-cristão.  
Nesta data, os Druidas (sacerdotes celtas) reuniam-se e realizavam rituais dançando em torno de uma fogueira e oferecendo o sacrifício de animais. O caldeirão também era utilizado, simbolizando o útero e a abundância da Deusa Mãe. Neste dia, acreditava-se que todas as relações de tempo ficavam suspensas, pois o 31 de Outubro não pertencia ao ano velho, nem ao ano que se iniciava. Desta forma, os espíritos podiam retornar ao mundo dos vivos. 
(Vemos aqui, que a data de 01 de Novembro, para os católicos, como dia de todos os santos, não é mera coincidência. Pois o "Dia de Todos os Santos", para os católicos, era a 13 de Maio. Essa mudança aconteceu porque o Papa Gregório III, em 835, mudou a data de comemoração do "Dia de Todos os Santos" para 01 de Novembro de modo a acalmar a rapaziada dos territórios pagãos, "recém conquistados pá católica", no noroeste da Europa. Fazendo assim coincidir o dia de todos os santos com o "Dia de Samhain".) Mais um truquito do católico para angariar mais sócios.

Para evitar esta aproximação, era comum apagarem todas as tochas e fogueiras das aldeias, de modo que o ambiente ficasse escuro, frio e hostil.  
Os habitantes vestiam-se com trajes fantasmagóricos e vagueavam pelas ruas em desfiles barulhentos, a fim de amedrontar e espantar os espíritos.
Outro costume da tradição celta, constituía em oferecer alimentos aos espíritos malignos para que estes não interferissem negativamente nas suas vidas. Com o passar do tempo esta prática foi-se modificando e os alimentos eram dados aos mendigos. Em troca, eles oravam pelas almas dos entes mortos dos aldeões. 
Na Irlanda, eram organizadas procissões para angariar oferendas dos agricultores. Aqueles que se recusassem, teriam suas colheitas amaldiçoadas pelos espíritos; uma chantagem que originou o Trick or Treat (travessuras ou doces). Quando este costume foi levado pelos imigrantes irlandeses para os Estados Unidos, as principais travessuras baseavam-se em escrever nos muros das casas e retirar a tranca dos portões.

Do Nabo à Abóbora 

A mais famosa referência do Halloween é a abóbora oca, com orifícios cavados e aparência demoníaca, denominada Jack O'Latern.  
Jack era uma autêntica pipa com dois pés, um notório beberrão e trapaceiro.
Segundo a lenda, Jack convidou o diabo para beber um copo, mas como não tinha graveto, convenceu o diabo a transformar-se em moeda para pagar a conta. O diabo aceitou a proposta, estava dentro do espirito, e assim fez. Só que mal se transformou em moeda, Jack, fino, pega na moeda e mete-a no bolso, junto a uma cruz, como a cruz tem muito mais poder que o diabo e este não teve tempo do "foge como o diabo da cruz", ficou preso e impedido de regressar ao normal. 
Jack fez então um pacto com o diabo:
- Oh Di (deminutivo carinhoso de diabo) solto-te, mas não me icomodas durante um ano e se eu morrer não reclamas a minha alma. 
- Ok Jack, eu faço tudo, mas tira daqui a cruz.  

No ano seguinte, Jack passeava, com uma garrafa de tinto, junto a um pomar, quando apareceu o Di. Umas palavrinhas de ocasião, pátáti...pátátá... e Jack convenceu o Di a subir a uma arvore apanhar fruta. Quando o diabo estava no cimo da arvore, com a fruta no regaço, Jack desenhou na casca da arvore outra cruz e pronto o Di ficou preso no cimo da arvore. 

- Oh Di, és mesmo otário,! Otário e tanso, da outra vez foi a moeda, agora é a fruta, e voltaste a não ter tempo de "fugir como o diabo da cruz" ! 
- Eh Jack acaba lá com isso, solta-me.
- Isso não é assim, solta-me! Vamos com calma! "Prontus" eu até te solto, mas tu nunca mais me atormentas nem reclamas a minha alma. 
- Negócio fechado.
Jack apagou a cruz da arvore e nunca mais viu o "diabo à solta", nem preso. 
Jack morre e pensa:
- Bem, o céu tá garantido, como fiz um, um não, dois pactos com o Di, e ele não vai reclamar a minha alma, tou aqui tou no paraiso.
Chega às portas do céu, e por impedimento do Pedro a tratar de outros assuntos, Deus diz-lhe: 
- Jack fizeste um, um não, dois pactos com o diabo, portanto não é permitida a tua entrada no reino dos céus. És o elo mais fraco! Xau!
- Eh láááá... isto aqui é muito rigoroso! Bem, vou tentar o inferno, o Di talvez não se lembre dos pactos. 

Jack chega ao inferno vê o diabo e sai uma grande saudação:  
- Olááááá Diiiiiiiiii!
- Oláááááá Jack !
- Oh Di pensei, pensei, pensei e gostava de partilhar o calor ardente das tuas fogueiras!
- Ah pois ééééé....! Isso seria bom se não tivéssemos feito um pacto, um não, dois pactos, em que eu não te atormentaria, nem reclamava a tua alma!
Lembras-te? Claro que lembras! 
- Oh..Oh...Didinho...
- Não há Di, nem meio Di. Vou cumprir esses pactos! Portanto, põe-te n'alheta que aqui no inferno não tens lugar! E para não ires ás cegas leva esta tocha de carvão para veres onde pões os pés. 

Então o diabo enviou Jack para a noite escura, com apenas uma tocha de carvão acesa, para iluminar o caminho. Como aquilo devia estar a queimar, digo eu, Jack colocou a tocha de carvão dentro de um nabo oco, esculpiu alguns furos para dar passagem à luz da chama e assim tem vagueado pela Terra.  


Quando os imigrantes irlandeses foram para os Estados Unidos em 1840, não tinham nabos irlandeses e encontraram as abóboras que davam o mesmo efeito. Desta forma, a abóbora tornou-se o principal símbolo contemporâneo do Halloween. Máscaras e fantasias eram utilizadas para afugentar entidades malfeitoras. Além de alterar a personalidade do usuário, possuíam a propriedade de conectá-lo aos mundos espirituais.
As cores mais comuns no Halloween são o laranja e preto.  


Pessoalmente não sou admirador do Halloween, mas para quem gosta é uma festa e como festa é festa. VIVA A FESTA. 

 

1 comentário:

Gambuzina disse...

Não sabia que o Jack tinha usado um nabo na lenda original.
Bom, se vires as cabeças de nabo que existem na Irlanda, compreendes bem porquê. São precisamente do tamanho da cabeça de um humano adulto, logo perfeitamente adequados para o que o Jack pretendia!!!