Como já disse aqui,
não há caminhos iguais! Este, naturalmente, não fugiu à regra!
Fomos 26 pessoas, sem
contar com os telemóveis.
A
contar com os telemóveis, fomos para aí uns 106, 26 a pé e 80 de telemóvel.
Antes desta odisseia
e com tal adesão de subscritores, consultei um especialista pedestre fatiano, mestre
Julim, porque eramos muitos e bla…bla…bla… E quem me conhece sabe que não
aprecio caminhar com muitas pessoas. Birras!
Mal obtive o parecer
fatiano do mestre Julim, igual ao que pensava, ficou logo decidido.
Vai tudo pa Fátima e
alguma coisa há-de dar Deus.
Se fosse uma
excursão às grutas de Mira d’Aire ainda se poderia dizer: - Eh páááá! Tenho
muita pena mas a camineta tá cheia.
Agora, dizer “não” a
uma pessoa que quer ir a Fátima, e a pé, é difícil dizer que não há lugar.
No regresso, já em casa,
porque é no regresso que um gajo, com um copo na mão a olhar o céu, ou a olhar
para dentro, (do copo) vê mais qualquer coisita, e vi que:
Tinha o copo vazio!
Depois vi que:
“Passei pelo caminho
e o caminho não passou por mim”.
Faltou alma,
serenidade e aconchego! Cheguei sempre muito cedo ao final de cada etapa. E eu
gosto de chegar sempre depois da hora! É sinal que o dia foi graaaannnnnnnde.
Embora tivesse tido
momentos fantásticos, esses sim, passaram em mim e ficaram em mim.
Momentos do eu
comigo e momentos partilhados. Momentos tão fortes, tão intensos, tão bons, mesmo
tão bons, que ficam em mim para a vida.
Mas o importante não
é o eu.
O importante é o
outro. Importantes são os outros para quem devemos estar disponíveis a dar: a mão, ou pensos compeed, ou uma mini, ou um voltaren,
ou um martini, ou uma conversa de silêncios, ou caminhar ao lado…
O importante é que o
dar e o receber foram situações emergentes no caminho de Fátima, na partilha,
na solidariedade e na vivência da fé. O importante é que no caminho de todos, cada
um, no seu caminho, acreditou em si e no que realmente o pôs ali.
O importante é o Vitor
da Carapinheira, os Bombeiros de Cantanhede, o Nortenho das Bifanas, o Armando,
os Bombeiros de Soure, o António de Soure, o Mendes de Colmeias, a Isabel do Chaparrico…
e outros, anónimos, com que nos cruzamos e nos acolheram.
Fátima é sempre um
mistério (para mim) de interpelação e vida.
E de que vale a pena
caminhar.
E de que vale a pena acreditar!
1 comentário:
"O importante é que no caminho de todos, cada um, no seu caminho, acreditou em si e no que realmente o pôs ali."
Está tudo dito, no Caminho de Fátima e no Caminho da Vida.
:)
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