Entendo a religião
como um caminho espiritual, que aderi, que colabora comigo, e me
ajuda a estar atento aos outros e aos caminhos dos outros.
Tanto em trilhos de terra
batida com altos e baixos, como em auto estradas planinhas, tenho sempre
companhia. Penso que também Lhe agrada a minha companhia.
Às vezes distraio-me
e descarrilo, saio dos trilhos, ou perco-me nas portagens, mas
Ele tem esperado. Eu, felizmente, mesmo meio torcido e empenado, lá O consigo
ver, sentado, à minha espera...
É uma vergonha! Lá
chego eu, rabinho entre as pernas, cabeça baixa a pensar:
- Lá vem sermão e missa cantada…
- Lá vem sermão e missa cantada…
Mas não! Impera o
silêncio, o afeto e o caminho. E sigo-O!
Depois a minha
religião não me obriga, não me penaliza, não me cobra, não me chateia e
dá-me o que tanto gosto, a liberdade de ser eu a tentar SER mais, com um guia
espiritual fantástico, presente e gratuito.
Nesta liberdade
espiritual e pessoal sempre defendi nas minhas ações paroquianas, em Esgueira,
Aveiro, em debates por vezes calorosos e animados, que todos devem ter acesso à
fé, ou mesmo à experiência da fé, quer pela frequência das atividades
pastorais, quer pelo serviço, quer pelos sacramentos, quer pela comunhão…
Todos devem, na minha
opinião, ter acesso, sem condicionantes canónicas e independentemente do
estado de cada um: - se é casado ou, - divorciado ou, - vive com um gajo ou, - vive
maritalmente ou, -não é batizado ou, - é muito batizado ou, - não tem o crisma todo ou, - tem crismas a mais ou, - é mãe solteira ou, - é pai solteiro ou, isto ou
aquilo…
ao acolhimento da sua vontade em busca de algo que lhe facilite o caminho e a vontade de viver!
ao acolhimento da sua vontade em busca de algo que lhe facilite o caminho e a vontade de viver!
Um exemplo recente:
Há pouco tempo numa
eucaristia fui comungar, comungo sempre, quero tudo a que tenho direito e
incentivei quem estava ao meu lado para o fazer. Não o fez porque segundo a sua
situação e o direito canónico não o pode fazer.Uma entre tantas
pessoas que, no simbolismo daquele momento, estão "impedidas" de sentir o prazer interior de
estar em comunhão com Ele e com os outros.
Birras canónicas! Eu tinha comungado!
Toda a PESSOA deve sentir
o acolhimento de uma igreja que se quer fraterna, a imagem de Crsito e em que todos
têm lugar ativo.
Felizmente que o Papa Francisco é da minha opinião!
Fico contente por saber
agora que há 13 anos atrás já estava muito à frente.
Obrigado Francisco!
“Quem se aproxima da
igreja deve encontrar portas abertas e não fiscais da fé.”
Papa Francisco I
1 comentário:
Desculpa a minha ignorância! Mas o misericordioso Papa Francisco veio a Águeda! Lol! Estava a brincar! Grande texto... grande sentimento e partilho a ideia.
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