Como diz o poeta: “o regresso é uma constante da vida tão concreto e definido como outra partida qualquer”.
Pois, não faltam é regressos, sistematicamente estão a haver montes de regressos, porque, claro está, houve o mesmo numero de montes de partidas e quem dá a partida é o chefe da estação e a estação mais bonita é a da primavera e na primavera as andorinhas e os andorinhos fazem os ninhos nos beirais das mochilas… mas isso agora não interessa nada, dizia eu, que há montes de regressos.
Eu nunca estou preparado para o regresso, estou sempre pronto para partir, mas a pedido de seguidores anónimos e desanónimos, de escritores e poetas, de coletividades recreativas e culturais espalhadas ao comprido por todo o país, de várias famílias, de grupos corais e sinfónicos, de viajantes deprimidos, amargurados, angustiados, desesperados, irritados e sobretudo birrentos, preparei o regresso com a consciência do serviço social e aptidão estonteante, sabendo de fontes seguras e inseguras que o meu regresso era desejado, se não por todos, pelo menos por alguns, e desses alguns, a maior parte se não me desejava calorosamente e vibrantemente, pelo menos alguns tinham saudades atrozes e que se afundaram nas ruas, vielas, travessas e auto estradas do vicio e da perdição, sentindo impulsos e motivações irresistíveis em roer as unhas dos pés, fazer o pino, comer pasteis de nata e assassinar gafanhotos, melgas e mosquitos ao fim da tarde, numa tentativa vã, em afastar o tédio e a sornice.
Foi a pensar nesses e nessas, carregadinhos de tédio que decidi regressar!
Regresso com um grito de esperança, na esperança de não ficar afónico e de poder ser a voz de uma maioria minoritária, que caminha no sentido contrário aos ponteiros do relógio porque a outra maioria caminha de uma forma digital.
O regresso é estar pronto para partir!
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