O Matrimónio

O Matrimónio é um Binómio

Capelinha Nossa Senhora do Socorro
Albergaria a Velha


À porta daquela capelinha, a trinta e um de Maio do ano da graça de mil novecentos e oitenta e seis, houve um grande corrupio, não muito grande porque éramos poucos, pronto, houve um pequeno grande corrupio, entrámos na capelinha muito empinocados de fatinho com lacinho e lantejoulas reluzentes e saímos cônjuges, felizes e contentes.

Abençoados pelo senhor prior Armando e com juras e mais juras de Fidelidade e outros Seguros inerentes à vida conjugal, contraímos o Matrimónio, aos olhos de Deus Nosso Senhor, Jesus Cristo e aprovado pelos mirones dos convidados bocejantes que desesperavam pela boda no senhor João Capela.

Desde então, desde lá do monte da capelinha da Nossa Senhora do Socorro, até aqui, foi sempre a descer, sem dar aos pedais, e às vezes, sem mãos e sem pés… uma festa!

Com pouco “tusto”, mas cônjuges e isso é que interessava, passámos pela Carramona, em Esgueira, onde, por obra e graça do divino espírito santo, com a nossa ajuda conjugal de conjugues, aumentamos o agregado familiar de dois para quatro e compramos um mini amarelo, sem a ajuda do espírito santo, por cem contos, mais ou menos quinhentos euros.

(Que emoção quando o mini amarelo não pegava! Quando pegava, sem empurrar, “ca ganda” festa! Eiiiiiiiiiiiiiiiii, com braços no ar e tudo!...)

Sempre a descer, sem mãos e com a brisa marítima pela frente, fomos numa incursão (excursão interna) a Mataduços, plantar umas árvores e cortar relva, fizemos algo em São Jacinto e regressamos a Esgueira, à rua das Cardadeiras, já sem o mini amarelo.

Hoje trinta e um de Maio do ano da graça de dois mil e onze, passados vinte cinco anos, do corrupio naquela capelinha, continuamos as conversas, os brindes e os projectos dum agregado familiar, a aguardar o regresso do “velho” deste agregado, que anda em erasmus a estoirar o orçamento familiar, para celebrarmos os vinte cinco anos dum matrimónio de laços e lantejoulas.

Vitória, Vitória, ainda não acabou a história!...

2 comentários:

Isabel disse...

Podias por uma foto das pessoas que iam todas janotas!!!

Manuel Oliveira disse...

Por curiosidade entrei para ler e gostei do poema.
Para o próximo ano de 2016 também celebro os meus 25, espero ter a mesma inspiração para tão boa descrição.
Muitas felicidades ao casal e para toda a familia.