Caminho Português - Ponte Lima / Santiago - 2010 (Ano Jacobeo - uma visão Caçolar)

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«só levo os cigarros!», o resto... já lá está ou encontraremos por lá!
(o que melhor ouvi sobre os caminhos de santigo / meiabotabotaemeia)


Mais um ano, este bem especial por inúmeros motivos (não só mesmo jubilares ou de cariz plenário em indulgências), e nem por nada sinto que foi/é apenas mais um caminho, como quem colecciona caminhos..., mas foi/é antes um caminho com (enorme) significado, um Caminho com “C” maiúsculo. “Faz-se o caminho pelo caminho, não para chegar ao fim” (sabedoria do “Almanaque dos Chineses”).
Como vou aprendendo com o João Zé, já desde o primeiro caminho, estamos sempre (sempre) a partir, pois “a vida (toda ela) é uma peregrinação”... E sem pressa, para não corrermos o perigo de passar pelo caminho sem que este passe por nós, a cada ano o que se renova é imenso: num passo atrás do outro, numa palavra nova descoberta, na partilha indizível do chão do caminho, na memória de momentos que cabem tão bem cá dentro, na alegria de um sorriso em esforço, no cansaço dos pés, na força da alma, na(s) “família(s) que nasce(m)", nos gestos cúmplices que trocamos a cada nova etapa, no poder de cura das nossas feridas quando dos outros nos ocupamos em primeiro lugar, no sentir que sempre podemos transpor as setas do caminho para as nossas opções de vida, enfim... “Ser privilegiado” para nesta vida poder trilhar caminho, com pessoas tão incríveis como vocês que têm atravessado o meu caminho... hmm, aquece cá dentro; e digo mais: faz muuuuito bem!
É deixar-se guiar e seguir... sempre!


...eu também só levo os cigarros... devemos é trazer "tudo" de lá!...






Quando é o próximo?




Os Caminhos de Santiago fazem sono, muito sono ou melhor, reflexões interiores e profundas que nos embalam... foi o que vivi, vi e reproduzi em vidi para ti.

 



Um caminho é um percurso que se decide fazer, pelas mais variadíssimas razões. Este caminho, um percurso nem sempre linear, por um grupo também ele não muito linear, foi mais um momento de partilha e convívio tão salutar quanto possível.




Uma menina, um estreante em caminhadas, dois pais de família, com as suas responsabilidades e inerentes experiencias fruto da sua idade, e três jovens que gostam de caminhar e com percursos também eles diferentes entre si. Em comum entre si a vontade de aproveitar uma semana a fazer um caminho que ajuda a pensar a conhecer e conhecermo-nos e a aprender um pouco mais sobre a nossa capacidade de nos superarmos enquanto caminhantes e indivíduos. A verdade, verdade sincera, é que gostávamos de saber qual o máximo de quilómetros que conseguíamos fazer sem parar para beber um refresco de cevada ou uva com gasosa!


Dia 1 – a viagem e a revelação – a chegada ao ponto de partida da caminhada, mas não do caminho. Um almoço convívio tendo como vizinho o restaurante mais sexy porno que alguma vez vi. Qual lingerie restaurante qual quê? O inicio da caminhada, ao meio da tarde, depois de bem refastelados, o encontro com o nosso primeiro templo, bem no inicio do percurso perdido no meio de um campo. Estava assim assinalado aquela que seria sempre um dos nossos marcos ao longo da caminhada. Sinceramente não podia ter sido melhor. Nós Portugueses somos muito mais acolhedores e bons vivants que nuestros hermanos. Durante todos as terras portuguesas muito e belos espaços encontrámos para cumprirmo-nos as nossas pausas, saborearmos aquela fresquinha e relaxarmos um pouco. Espaços verdes, arquitecturas românicas, paisagens marcantes, ora pela sua maravilha, ora por não estarem tão bem tratadas e eu sempre a espera de ver o próximo marco, aquele sinal que me dizia que já faltava um pouco menos para o nosso destino final. Não sei se eram as pernas que me obrigavam a caminhar um pouco mais depressa, se era a vontade, mas uma coisa vos digo, durante o caminho sabe bem andar sozinho, caminhar ao nosso ritmo, pensar sobre as nossas coisas e mesmo assim aproveitar todos os momentos, para em grupo podermos desfrutar do convívio que sempre marcou esta caminhada.


Não vos falarei das bolhas e do cansaço, nem da festa que é a chegada, a alegria que se sente ao entrar a porta do caminho português, porque tudo isso mesmo descrevendo, não sei se sentiriam e para se sentir tem de se viver, mas honestamente uma coisa vos digo… se tiverem a oportunidade façam também o vosso caminho, porque no fim dele algo a mais vão sentir.

[1] Sempre me disseram que as coisas mais importantes de um texto ou contrato vêm sempre em letras pequeninas e em rodapé, por isso deixem que vos diga nestes letrinhas mais baixinhas… O segredo revelado, que agora já não é grande segredo, vai-se agora juntar uma grande festarola, para unir aquelas que dantes eram duas famílias numa só família de dois, que muito em breve serão três!  E o caminho que por si só não faz nada, só deu mais vontade de perceber que já não sei estar sozinho e que sem Ela, tanto tempo já não consigo ser o mesmo.

Caminhos de Santiago? Onde? Quando?
Queres saber como são? Faz!...
Brinde. Brinde. Brinde.

2 comentários:

Anónimo disse...

Realmente ao ler os vossos testemunhos e apreciar pessoalmente a vossa cumplicidade faz com que haja muita vontade de fazer como o Alex diz:"Queres saber como são ? - FAZ.

Bem hajam
emilia

DianaPires disse...

Que bonita partilha! ;)

Que bonita família Caçola! *