Os Chefes

Os Chefes

Dão-lhes uma cadeira xpto com rodinhas giratórias, um portátil, uma secretaria, e pronto, são chefes!

Ficam nas nuvens, dão voltinhas completas na cadeirinha giratória, com as perninhas esticadas para a frente, à porta fechada, e sentem-se as pessoas mais felizes do mundo. Festejam o acontecimento, com uns copos, uma queca extra e a vida sorri! Uns colocam fotografias do cônjuge, dos filhos, do cão e do gato na secretária outros uma foto do clube da bola e estão prontos a chefiar.

Começam a exercer as funções de chefia e o estado de graça vodeusse. Ficam apáticos, sisudos, obtusos, agudos, graves, esdrúxulos, berram, rapam o cabelo, fazem queixinhas ao padrinho e começam a ler o manual: “Como ser chefe em 10 lições, com desenhos para colorir” ou frequentam uma formação, dada por formadores que leram e coloriram o manual das 10 lições. Passam no teste americano e são chefes de grau dois. O grau um foi quando receberam a cadeirinha xpto, com as rodinhas.

A maioria dos chefes é treinada para chefiar computadores, resultados, “martelar” indicadores e não se aproximar dos "colaboradores", das pessoas, e nem pensar em amizades, credo, arreda pra lá Satanás. É preciso manter a distância com o pessoal menor e não dar confia, porque aquilo é gente secundária e nada de misturas, podem ter sarna e isso pega-se!

Já observei muitos chefes, mesmo muitos! Não estou a brincar, nem se deve brincar com os chefes. São do melhor! Aquilo é demais, e não estou a falar de competências ou incompetências, só da observação a comportamentos, atitudes e atos de gestão de recursos humanos! É um fartote! A maioria não percebe um garalho do que anda ali fazer, nem como fazer, mas mesmo broncos lá continuam, porque o fim do mês é compensador, o padrinho tem que ter lá alguém de “confiança” e há uma pirâmide de promoções a escalar!

O objectivo do chefe é ter o chefe como amigo (porque não se sabe o dia de amanhã), assim, o chefe faz um esforço simpático com sorriso comercial, lava os dentes, é educado, pede “por favor”, fala em tons normais como as pessoas secundárias, consegue uma conversa animadora como: “- o tempo hoje está muito agradável, não acha?”, aceita as imposições do chefe sem pestanejar, “- Sim, sim, é para já!”. Ou então: – “Olhe, já tenho aqui o cartão daquilo em que me mandou filiar!”

Isto para não falar, mas vou falar, de uma minoria (penso eu) feminina, superior ou secundária, que devido ao seu bom desempenho intelectual, anatómico e fisiológico dão saltinhos na pirâmide hierárquica de uma forma tão horizontal, tão horizontal que até parece vertical.

Mas tem havido melhorias nas chefias, não muitas, mas algumas, porque na idade média, sem computadores e cadeirinhas giratórias, era logo à "bofatada" e à biqueirada!

claro que, como em tudo na vida, h
á exeções. 

Sem comentários: