Ler

Ler faz bem, ponto final

Ler faz bem a um universo considerável de pessoas.

Ler faz bem a quem lê, a quem escreve, aos ilustradores, às editoras, aos distribuidores, às livrarias e mesmo aos que não lêem. É um autêntico roteiro cultural na transmissão e receção do saber.

Comecei a ler tarde! Quando comecei a ler, já tarde, tive pouco tempo para ler e fui dormir. A dormir não se consegue ler, nem beber, nem fumar, é lixado, mas também não conseguia dormir.

Então comecei a contar um conto, e quem conta um conto acrescenta-lhe um ponto, ou um ponto e virgula, e a vírgula é uma cedilha maluca que anda sempre a meter-se debaixo dos cês. Dizia eu, que comecei a contar um conto, dois contos, três contos e, às tantas, apareceram uns carneirinhos, como já estava a contar contos eles foram buscar pipocas, coca cola e sentaram-se, como os budas se sentam, a ouvirem-me contar contos.

Como todos os contos, este conto não começava por "Era uma vez...", porque, como comecei a ler tarde só sabia a segunda metade do conto... aquela do "Foram felizes para sempre.", mas os carneirinhos foram simpáticos e contaram a primeira metade do conto, essa sim começava por "Era uma vez...".

- Era uma vez um leitor, que começou a ler tarde, muito tarde, e ficou impossibilitado de ser leitor para ir dormir, mas para dormir é como a mulher de César, "Não basta sê-lo, tem que parecê-lo", como ficou com o “sê-lo”, decidiu escrever em vez de contar, escrever uma carta para dar destino ao “sê-lo”. Quando começou a escrever, apareceram uns carneirinhos para ele contar, como o senhor era fraco em algarismos romanos e árabes, ângulos retos e agudos, equações e derivadas, optou pelas funções, com a função de escrever um conto para enviar por carta, com “sê-lo”, a todos que quisessem lê-lo e que desse a volta ao mundo em mais 80 dias, para ser diferente do conto do Júlio…

Acordei, com os aplausos dos carneirinhos, café e torrada, e saí a correr, porque estava atrasado, para ir abrir a biblioteca!

Vitória, vitória acabou esta estória!