Caminho Sanabres - Chaves / Santiago 2008


O Caminho
Caminho: Via de la Plata - Caminho Senabres - Chaves / Santiago
Período: 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18 e 19 Julho 08
Peregrinos a iniciar a 12: joão paulo+olinda+tozé
Peregrinos a iniciar a 14: ana+zé+cristina
Distancia a começar dia 12: 212 Km
Distancia acomeçar dia 14: 134 Km
Para ir / dia 12: de carro até Chaves
Para ir / dia 14: de comboio Aveiro-Porto/autocarro Porto/Chaves / Fronteira com Espanha.
Para vir / dia 19: comboio Santiago/Vigo/Porto/Aveiro.
Transportes
Expresso: www.avtamega.pt - parque camélias/porto - telefone 222.083.019
Comboios: www.cp.pt e www.renfe.es

Links para:
Plano do caminho
Check-list (para que não te falte nada)

Via La Plata - Um bocadinho de história.

Os Tartessos, uma das primeiras civilizações urbanas do ocidente, usavam várias rotas comerciais na Península Ibérica. No ano 218 a.C. a Península Ibérica é conquistada pelos romanos que utilizaram estas vias para o deslocamento de tropas e comercio e em particular a via romana la Iter ab Emerita Asturicam, (sec I aC) antecedente de la Vía de la Plata. Octávio Augusto, nomeado imperador em 25 a.C., encarregou a construção de uma calçada que unia Mérida (Emerita Augusta, capital da província romana Lusitânia) com o norte da Península, a fim de facilitar o transporte das tropas que deviam combater os bárbaros. Esta calçada chegou até Astorga (Asturica Augusta), tendo mais de 500 km, sendo a calçada romana XXIV, posteriormente outros imperadores como Tiberio e Trajano a ampliaram até Sevilla e Gijón. Com a queda do império romano estas vias deixaram de ser utilizadas, até à invasão árabe no séc. VIII que as utilizaram até ao noroeste da Península, completando a sua conquista com a queda de Santiago de Compostela no ano 997. Os árabes baptizaram esta calçada romana como Bal'latta (Blata), quer dizer caminho empedrado para diferenciar dos caminhos de terra Os historiadores parecem em estar de acordo em que o nome actual Vía de la Plata precede deste término árabe. A medida que os cristãos foram reconquistando a Península Ibérica, foram-se restabelecendo as vias de peregrinação a Santiago de Compostela. Foi nessa altura que a Vía de la Plata, antiga calçada romana, começou a ser uma verdadeira rota de peregrinação a tumba do apóstolo. Desde Sevilla a Zamora existe um único traçado, a partir de Zamora, mais concretamente de Granja de Moreruela há as alternativas:
  • O caminho pela Vía de la Plata até Astorga, juntando-se ao caminho Francês.
  • O Caminho Sanabrés de la Vía de la Plata.

O caminho do Sudeste / Mozarabe / Sanabrés (Chaves-Santiago)

  1. Chaves - Verin - 29 km
  2. Verin - Laza - 20 km
  3. Laza - Xunqueira Ambia - 29 km
  4. Xunqueira Ambia - Ourense - 22 km
  5. Ourense - S Cristovao Cea - 22 km
  6. S. Cristovao Cea - Laxe - 37 km
  7. Laxe - Ponte Ulla/Outeiro - 35 km
  8. Ponte Ulla/Outeiro - Santiago - 18 km
Por motivos pessoais não pude iniciar o caminho a sair de Chaves, comigo foram a Ana e a Cristina. Iniciamos o caminho para Santiago, a pé, em Xunqueira da Ambia. O Tozé, a Olinda e o João Paulo fizeram o que estava previsto e saíram de Chaves.

Motivo desta peregrinação: pedir ao Apostolo que zele e conforte o RP, a Mãe, a família e todos os outros que vivem dramas semelhantes…
Coisas diárias ou nocturnas e repetitivas. Dormia já vestidinho, a higiene da manhã fazia-a à noite. De manhã preparava um café instantâneo, com açúcar instantâneo e agua quente instantânea, do lavatório, ou do chuveiro, ou aquecia no fogão. Comia um pão do dia anterior ou umas bolachas, saboreava um ventilinho e preparava-me para o dia. Em cada dia procurava chegar a Ele na comunhão com os outros, com a natureza, ou pelo silencio…

Aveiro / Porto – Xunqueira da Ambia
Sempre manifestei a minha satisfação em vaguear de mochila pelas estações e por outras paragens, à espera de um transporte, de preferência o comboio, que me levasse a partir. Nestes espaços de tempo entre o chegar e o partir observo, as pessoas, os gestos, as expressões, as emoções… Os turistas, os fotógrafos, os viajantes, os pedintes, os sem abrigo, as crianças, os adolescentes apaixonados e os outros, os telemóveis com pessoas e as pessoas sem telemóvel, nestes entretantos sente-se o pulsar da vida…
Ora para chegarmos a Xunqueira da Ambia, tivemos bastantes oportunidades para sentirmos este correr da vida.
Em Aveiro, apanhei o comboio das 09h19m até ao S. Bento.
No Porto, com a Ana e a Cris, apanhamos o autocarro para Chaves.
De Chaves à Fronteira um táxi português.
Da fronteira até Verin um táxi espanhol.
De Verin até Lames de autocarro.
Finalmente um táxi de Lames até à Xunqueira, eram 20h30m.
Isto tudo porque as tentativas de pedirmos boleia não resultaram… desde os 18 anos que não pedia boleia, foi giro…
Passámos um dia em transportes públicos, sem stresses e com todo o tempo para saborearmos os momentos das viagens e das pausas, num dia longo e quente.

Antes de entrarmos em Espanha comemos umas sandochas e uma sopa do baril, num bar que a ASAE não conhece. Entramos em Espanha pelo nosso pezinho, fotografamos o momento, penso que importante para a Cristina e a Ana, duas companheiras que muito estimo e de quem gosto. Em Verin visitamos o albergue, demos uma volta por algumas ruas e ficamos com “inveja” de não irmos dar um mergulho ao rio, tal era o calor. Chegados a Xunqueira da Ambia encontramo-nos com o Tozé, a Olinda e o João Paulo, com boa disposição saudámo-nos e fomos para o albergue.
Xunqueira da Ambia é um lugar pequeno mas muito bonito, casas em granito e uma Igreja grande também em granito, com um claustro formidável e um corrilhão, que, segundo o ultimo taxista é o melhor da Europa ou se calhar do Mundo. Eu, a Cris e a Ana, participamos na parte final da eucaristia e fomos jantar, onde já estavam o Tozé e a Linda. O João estava atrasado pois estava no albergue a receber massagens de uma massagista espanhola… bonito encontrar gente com a caridade nas mãos… De volta ao albergue, um bocadinho fora do centro, mas agradável, novo e funcional e mais uma massagem, agora na Linda, outro momento bonito de caridade… conversamos um pouco e fiquei a escrever o diário. Apareceram as alemãs, Doris e Liza, já conhecidas do João, Tózé e Linda.

Xunqueira da Ambia – Ourense

Pela manhã observei um casal de franceses, já alertado pelo Tozé. Um casal, para cima dos sessenta anos. Ambos franzinos, bem equipados, pouco sorridentes e que andam nos caminhos à quatro anos. Ela mais alta que ele. Ele fazia lembrar o Asterix, mas sem bigode, e, ainda fazia lembrar mais quando carregava uma enorme mochila, para cima das costas. Admirei o espírito e a dinâmica de duas pessoas, que, certamente como opção de vida, faziam da mochila a sua casa… ultreya para eles.
Saímos cedo de Xunqueira, um caminho quase todo em asfalto, muito urbano. Paramos antes de Ourense para abastecer, chegamos cedo a Ourense, fomos ao Albergue, carimbar a credencial e tratar do corpinho. Já tinham chegado os gauleses, as alemãs e estava lá um casalinho checo, que iniciava ali o caminho. Um albergue muito bonito, recuperado e inserido num mosteiro, que do mosteiro só resta o muro, situado no centro de Ourense, perto da zona histórica e junto ao bar Acapulco. Um bar simples, com gente simpática que nos acolheu muitas vezes e bem. Almoçamos, bebemos ao som da Galileia. Fomos visitar a zona histórica de Ourense. A catedral, a igreja santa Eufémia, as esplanadas, ajudamos no atendimento de uma farmácia, muito bonita, passeamos num comboio urbano com o objectivo de conhecer mais, mas na primeira esplanada saímos porque estava muito “caliente” e naquele momento era mais importante umas cañas que o “conhecimento”. Saciados e sorridentes fomos jantar ao, já quase da família, Acapulco. Um bocadinho mais pesados, outra vez a cantar a Galileia, fomos para o albergue. Um dia muito bom.

Ourense – S. Cristovão Cea

Saímos de Ourense e já a cidade estava acordada. Com fotografias sobre fotografias saímos devagarinho, para não incomodar e não acordar os paparazi. Com o pezinho sempre no asfalto fomos seguindo a diversificada e bonita sinalética de vieiras que nos indicava o caminho para Santiago.
O grande momento deste início matinal foi uma subida de, talvez 2 km, com uma inclinação de 19%, fantástico. Mais fantástico ainda foi que após a subida, num café de aldeia pedi um “café solo” e além do “café solo” o senhor presenteou-me com um bagacito. Quais Red Bull…Oh que bebida energética mais eficaz, um cheirinho, acho que foi um cheirão no café e até o bastão ganhou vida, andava sozinho…
Mas vamos ao que interessa, depois dos 19% entramos num trilho muito bonito e agradável, muitas arvores, muitas sombras, e muitos mirones dos passaritos… Neste trajecto a Cris e a Ana foram mimadas com duas varas para as ajudar no caminho.
Chegamos a Cea por volta das 16h30m, estava bastante calor, fomos ao albergue, tratamos das mazelas, lavamos a roupinha e carimbamos as credenciais. A Liza e Doris, as alemãs, já tinham chegado. O albergue é a recuperação de casas antigas, em granito. Um albergue muito, mesmo muito bonito, espaçoso, acolhedor e muito bem recuperado, mantendo as características do que foi uma casa de campo.
Cea é um lugar pequeno e agradável, com os serviços essenciais para uma comunidade. Bebemos umas cañas porque o corpo e o calor assim o pediam, fomos comprar alimentos para confeccionar no albergue. Eu e o João fomos pá feijoada, era só aquecer, os outros comeram carne á bolanhesa, é mais chique, acompanhada com salada de alface dada pela vizinha. Juntos com as amigas alemãs partilhamos um bom momento gastronómico e de convívio, principalmente quando era falado em alemão…
Após o repasto o Tozé e a Linda foram descansar, eu, a Cris, o João e a Ana fomos dar uma voltinha a Cea e descobrimos uma praça airosa, recuperada e com uma esplanada. Sentamo-nos bebemos  e conversamos, uma boa conversa… aliás acho que só eu é que falei…não sei se fui chato, mas fiquei com a impressão que foram uns bons ouvintes. De regresso ao albergue deram-me saudades da família, mas o caminho também passa por aí, levei-os comigo e adormecemos.

S. Cristóvão de Cea – Laxe

Saímos de Cea de noite, eram 4h30m, é bom andar de noite, parecemos uns mineiros sem minas. Tínhamos combinado em fazer o percurso que passava ao Mosteiro de Oseira, onde também acolhem peregrinos, fomos seguindo o caminho que nos indicaram e mosteiro nem vê-lo… outros peregrinos, com quem falámos, que não queriam ir ao mosteiro, passaram por ele…coisas.
Neste percurso encontramos, por várias vezes, um grupo de 72 jovens, espanhóis, que efectuavam a sua peregrinação. Tenho verificado a quantidade de gente nova a fazerem os caminhos, individualmente ou em grupos. Qual será a motivação desta gente? Penso que, além das conquistas amorosas ou solidificação destas, longe dos pais, e de um espírito de aventura, haverá também algo mais do que isso. A oferta massiva e excessiva dos efeitos da globalização retiraram-nos tempo e espaço para sermos pessoas livres, autónomas, alegres e de procurar outros sentidos da vida, além do estudar, da net, da competição académica e laboral, das compras e das vendas, aqui, nos caminhos soltamo-nos, libertamo-nos e tornamo-nos pessoas que com “pouco” temos “muito”…
Posto isto voltamos às pegadas para Laxe. Quando pedia um café lá vinha o cheirinho, adaptei-me depressa a este costume galego. Chegamos a Laxe pelas 17h30m, um albergue novo, espaçoso, muito agradável, que funcionava também de apoio social ao lugar. Laxe é um lugar pequeno e com poucos motivos de interesse. Foi uma etapa longa e com muito calor, á chegada ao albergue e após um diálogo com uma máquina de bebidas, adquiri uma cervejinha muito fresquinha. Deitado num banco saboreei o dia longo percorrido. Já de roupinha lavada e de chinelas fomos comprar os alimentos para o jantar, O supermercado mais perto era a 2 km, quer dizer 2+2=4. Mas não, no regresso do supermercado viemos á boleia e de BMW, um luxo!!!... Peregrinos de BMW… Ah pois, depois de chegar aos albergues não fazemos horas extraordinárias a peregrinar… Cozinhamos os alimentos, num tacho pedido a uma vizinha galega, que nos ofereceu também alfaces, colhemo-las da terra, jantamos e entregamos o tachinho sem alfaces. São 22h30m e estou a actualizar o diário, á luz do sol. Fantástico.

Laxe – Ulla / Outeiro / S. Pedro Vila Nova

Saímos às 5h40m, foi um dia cansativo, pela distância e pelo calor o que nos obrigou a várias paragens para reabastecimentos. Cruzamo-nos com os 72 galegos ou espanhóis. Um percurso misto, muito urbano mas com alguns trilhos muito bonitos. Ao acabarmos de efectuar uma curva fechada, entramos numa descida e o que nos aparece de imediato em frente dos olhos? Uma magnifica paisagem natural, com uma ponte (possivelmente romana, é tudo romano) inserida numa vegetação densa, com uns verdes e uma frescura deslumbrante. Resultado, perante magnifico quadro, fomos todos em passo acelerado contemplar a paisagem para cima da ponte e registar o momento com variadíssimas fotografias. Após isto, continuamos estrada fora até verificarmos que estávamos fora do caminho. Voltámos para trás e de olhos bem abertos, vimos que após a curva, antes da ponte tem a sinalizar o caminho, para o interior daquela paisagem, 1 marco com vieira e 3 flechas…e mesmo com esta informação toda a malta só viu a paisagem e a ponte... bonito.

Chegamos a Bandeira, penso que cidade, e almoçamos num tasco fixe umas tapas de chouriço, de quieijo (é em espanhol) vinho branco e cafei, (agora é alentejano), com cheirinho. Só faltou a siesta, (outra vez espanhol) … Após o almoço a Linda, sentada na cadeira fechou os olhos para descansar, nós sorrateiramente saímos sem ela dar conta, ficou sozinha numa mesa cheia de coisas…foi por pouco tempo, mas foi giro e divertido. Com um calor vindo do Algarve continuamos, estrada fora, para Ulla.

Passamos Ulla, continuamos para o Outeiro até chegar ao albergue em São Pedro Vila Nova. Um albergue novo, moderno, espaçoso, muito bom. Tratamos de nós, cada um de si, falamos com as alemãs e, tenho de falar do Paco. Um espanhol, novinho, para aí da minha idade, 48/50 anos, com ar de bom. O Paco que tinha combinado com uns amigos fazer o caminho de Santiago. Os amigos cortaram-se, pois ele fê-lo sozinho. E agora estava ali a falar comigo e a traduzir o meu espanhiol para inglês e do meu inglês para espanhiol de modo a que a alemã Liza entendesse qualquer coisa. Coisas do caminho. Fomos jantar a um restaurante, o único, que ficava a 2 km do albergue mas sempre a descer. Como a coisa não estava fácil e como se tornou quase um hábito, toca a pedir boleia. Quer dizer a Linda não pedia boleia, punha-se no meio da estrada com os braços abertos e eles tinham que parar e levar os seis de uma assentada. Após o jantar, fraco e caro, repetiu-se a cena, a Linda no meio da estrada e o primeiro que passou, parou… à chegada ao albergue a Linda combinou com o moço para estar lá às 6h da manhã, mas disse aquilo com tanta insistência e determinação que deixou o galego na dúvida, este após arrancar com o carro, fez marcha a atrás para nos dizer que não estava lá às 6 da manhã… Numa mesa feita com tronco de arvore, com a companhia da Ana e da Cristina, conversamos um pouco, saboreamos a lua e o calor, actualizei o diário e à ordem da responsável do albergue tive que recolher.

Ulla / Outeiro / S. Pedro Vila Nova – Santiago Compostela

Saímos pelas 5h20m, mais uma vez tipo mineiros, guiados por uma lua muito grande que nos empurrou para o sol. Era a ultima etapa para o cumprimento de mais uma pegada nos caminhos de Santiago. Procuramos um cafezito, mas estava tudo fechado. Perto de Santiago encontramos uma taberna onde também não passou a ASAE. Comemos pão do dia anterior com queijo e café, bem bom. Daí a pouco avistamos as torres da Catedral. São o sinal visível das pegadas de um caminho percorrido e de um caminho interior. Pouco depois materializámos a entrada em Santiago pela porta do caminho Português, onde nos saudámos. A caminho para a catedral lembrei-me dos meus e da Isabel Vilhena, pouco depois falámos. Na praça das Praterias, com uma alegre emoção, purificámo-nos com a água da fonte do caballo, Entramos na catedral e abraçamos o Apóstolo, agradeci o estar ali e pedi para o que me levou ali. Não pusemos a mão no Pórtico da Glória e nem os três toques no Mestre Mateus, pois este sector está em recuperação. Mas estivemos lá e interiormente cumprimos o ritual do peregrino. Levantamos a Compostela e participamos na eucaristia do peregrino. Uma celebração sempre emocionante e colorida com gentes diferentes e todas iguais. Fomos agraciados com o Botafumeiro e o incenso nos purificou e elevou a alma. Saímos emocionados, viajamos nas ruas de Santiago, encontramos a Liza, a Doris e o Paco que já estava junto da família, despedimo-nos num “até um dia”. Boa Paco, ultreya para ti. Com a minha mochila e as minhas botas, vaguei-me pelas estações á espera de um comboio, que me levasse a partir para casa, para a família e para os amigos. Observei, as pessoas, os gestos, as expressões, as emoções… agora, um bocadinho mais enriquecido com o caminho que Ele me mostrou.

Peregrinos bem educados e sensíveis

Nunca vi coisa assim comparado com experiencias anteriores. Não havia nada a que não se dissesse “obrigado” e “por favor”. Por vezes até se dizia “obrigado” ao “obrigado”. Por ex: “podes vir aqui, por favor? A gente ia e antes de chegar já se ouvia: “obrigado”, às vezes era “obrigado, obrigado” duas vezes seguidas. E quando numa noite em que todos já estavam quase a dormir se ouviu com uma voz suave, meiga e maternal: Boa noite… Foi bonito e terno. Isto para não falar da sensibilidade que adquirimos no diálogo com os bichinhos da natureza. Era assim: o bichinho, tadinho, pequenininho, lindinho, assim tudo em inho…

Frase do caminho
“Fogo, doem-me os travões.” João Paulo, em Outeiro, a descer para o restaurante, antes da boleia.

À Familia, o obrigado por me terem proporcionado mais esta experiencia. até já.

5 comentários:

Anónimo disse...

Tá fixe.
Só não é fixe eu não poder ir este ano...

Isabel

Anónimo disse...

Tá muito bem programado. Parabéns e boa viagem a todos

Anónimo disse...

Olha lá, que coisa é que actualizas...

Anónimo disse...

Sr. Zé Cruz, gostei de ler o seu diário deste ano. Está bom...
Isabel Vilhena

Anónimo disse...

Não sei se já vou tarde para dizer que está muito fixolas a descrição e que gostei imenso.
Já fiz 5 caminhos de Santiago (Português/Inglês/Francês/Norte/Primitivo) e este ano vou "atacar" o Sanabrés para depois rematar com o Finisterra/Muxía.
Ainda não sei se faça Chaves/Verín/Laza/Santiago ou se faça Chaves/Verín/Xinzo de Límia/Santiago - O que é que me aconselhas?
Como são de Beleza? E de grau de dificuldade?
Um abraço
Parabéns
Ultreya
Emídio